uma civilização aristocrática em sua forma mais completa, em cada detalhe de vida hierárquica, a porta de todo grande homem, assediada ao amanhecer por postulantes, em toda parte grande riqueza em poucas mãos, todos dependentes de poucos, até o próprio imperador, que é um deus dependente de um deus maior, e em toda parte, no tribunal, na família, a desigualdade tornada lei.
Os trogloditas tiveram seu poeta-publicitário. W.B. Yeats não usava meias palavras ao defender e divulgar uma era “hierárquica, masculina, rígida, cirúrgica”. Em textos e pobres poemas do início do século passado, Yeats mostra como fascismo e neoliberalismo foram feitos um para o outro. Com os inevitáveis toques de ocultismo e astrologia. Porque essa coisa de conhecimento entrincheirado – oculto – tem tudo a ver com eles, os trogloditas.
Esta palavra feia pra chuchu – TRO.GLO.DI.TA s.m. – é o sinônimo de fascista sugerido por George Orwell em O que É Fascismo? e Outros Ensaios (Cia das Letras, 2017). É o termo que será utilizado aqui nas raras vezes em que eles receberem espaço.