Faz tempo que o nosso perrengue global está contratado. Vem de antes, muito antes, da pandemia. Acho que o primeiro trabalho sério sobre o tema foi Limites do Crescimento, um estudo bancado pelo Clube de Roma e tocado por, dentre outros cientistas, Donella Meadows. O estudo foi publicado em forma de livro em 1972. Acertou quase tudo o que previu.
Donella aprendeu com Jay Forrester a “dançar com sistemas”. A gente, em nossa infinita chatice, resolveu chamar isso de Pensamento Sistêmico. Guimarães Rosa, se provocado a palpitar, criticaria só o Ç do dançar. Em algum lugar ele disse que a palavra DANÇAR não tem nada a ver com o cedilha, que parece ancorado – preso por aquele rabinho. A gente, quando dança de verdade, DANSA. Saca só as curvas… danSar com SistemaS…
Então…
O estrago está contratado. E este post, quando brotou, não tinha nada a ver com os dois parágrafos iniciais. Porque eu só queria sugerir alguns livros que apontam criativas saídas para o perrengue global.
- Economia Donut: Uma alternativa ao crescimento a qualquer custo
Kate Raworth é uma rara economista que merece o adjetivo CRIATIVA colocado assim, em caixa alta. A figura do donut ilustra com didatismo exemplar o mínimo que merecemos como humanos e o máximo que podemos torrar/gastar como gente inteligente e atenta com quem ainda está por chegar por aqui. - Faça uma busca por degrowth para você ter uma ideia do tamanho da ideia. Siga Jason Hickel no Twitter, se você gostar do caso. Dele, infelizmente, não saiu nada em pt-br. The Divide: a brief guide to global inequality and its solutions merecia.
- Russell Ackoff, dos tempos do Forrester citado acima, ensina:
Growth = Earn
Development = Learn - Outro economista inglês (!) com propostas consistentes é Paul Mason, autor de Pós-Capitalismo: um guia para o nosso futuro.
- Para não achar que a Economia tem todas as respostas, três dicas:
- Adapte-se, de Andrew Zolli e Ann Marie Healy
- A Sexta Extinção, de Elizabeth Kolbert
- A Terra Inabitável, de David Wallace-Wells. Assustador pra cacete.