Lyon Paris Londres

Photo by pawel blazewicz on Unsplash

[deixa]

Quem vê cara não tem noção do tamanho do soco. Manu parece fragilzinha em sua loirice. Desde bebê é onça, ouriço, irritadiça sem noção. O pai era baterista da única banda de Lyon. Aos quatro ela já empunhava baquetas como se fosse profissional. Aos quinze concluiu que Ringo Starr era uma fraude. Decidiu que iria para a Inglaterra mostrar para aquele povo o que era tocar bateria.

Em Paris – meio do caminho – conheceu um inglês chamado David. O cara fedia e passava fome. Mais tarde ficaria famoso como guitarrista do Pink Floyd. Naquela tarde de agosto, era só mais um perdido nas promessas de Paris. Desorientado útil. David ensinou Manu a passear por Londres, escapar de furadas e a encontrar uma morada.


Naquela muvuca em Londres, facilitando o trânsito de cigarros enquanto batucava Keith Moon, Manu ainda não havia decidido se estava apaixonada por Bob ou por Ceci. Mas, não tinha dúvida: estava apaixonada.

[continua]

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junkyage s.f. última era do  antropoceno. Última no sentido de recente, corrente. Última no sentido de derradeira, saideira?

* (asterisco) s.m. 1. curinga, substituto. 2. representação lo-fi de uma flor.

Junkyage* blog à moda antiga sobre coisas que merecem ser vistas ou revistas antes que a gente foda com tudo.

Curador Amador

Nando Vasconcellos, cidadão de meia idade e vida inteira de amador numa cidadezinha do interior que não é Bacurau. Que pena!

Cura é copia & cola com zelo, na unha, sem algoritmos. Crio com retalhos dos outros. Algumas partes e relações são óbvias. Este todo* não surgiria em nenhum outro lugar. Nem se bilhões de macacos tentassem por dez mil anos.