O Pai de Jason Bourne

Robert Ludlum escreveu 27 livros. Suspenses cheios de ação. Nascido nos EUA, ele fica no meio do caminho entre os ingleses John le Carré e Ian ‘007’ Fleming. Não é sofisticado como o primeiro nem pop como o segundo. É um bom equilibrista. Que, em vida, merecia melhor sorte nas adaptações de suas histórias para o cinema. Ludlum teve que se contentar com filmes abaixo da média, como O Casal Osterman (The Osterman Weekend – Sam Peckinpah, 1983) e O Documento Holcroft (The Holcroft Covenant – John Frankenheimer, 1985). Não me pergunte como esses dois diretores, com boas histórias nas mãos, conseguiram fazer dois filmes tão fraquinhos.

Ludlum escreve de um jeito que facilita a roteirização. Não é um Dan Brown mas não fica longe. Ele tem duas belas conspirações que fariam muito sentido se filmadas hoje. O Arquivo de Chancellor (The Chancellor Manuscript, 1977) tem a morte misteriosa de J.Edgar Hoover – o ditador do FBI, segundo capa da Record na edição tupiniquim.

Ainda mais original é a trama de O Avanço de Aquitânia (The Aquitaine Progression, 1984). Alguns generais em pijamas resolvem colocar fogo no mundo e justificar a criação de uma nação só deles, Aquitânia. Joel Converse, um advogado, tropeça na conspiração e dá um jeito de salvar o mundo sem disparar um tiro sequer. A história é saborosa e tem ritmo a la Carré, ou seja, dá para tirar um filme legal daqui. Mas acho que ninguém vai ousar ficar espalhando esse tipo de ideia por aí.

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