What the Dormouse Said

A geração atual de manda-chuvas do Vale do Silício (leia-se, da indústria de tecnologia dos EUA) é um pesadelo só. Zuch, Musk, Thiel… questiona-se se seriam de fato geniais. Não há razão para duvidar de sua boçalidade. É escancarada, fedida, triste. Alguém disse que não poderia haver combinação mais danosa do que a arrogância dos caras de TI com a ganância do povo de Wall Street. Taí!

Não é saudade de Bill Gates, Steve Jobs e afins. De certa forma, eles pavimentaram o caminho para a geração atual. Ensinaram as grosserias e parte do jogo sujo.

É saudade de uma geração que a gente quase não viu, a primeira. Os porralocas que nos deram a Internet, o mouse e a ilusão de um futuro bonitão ao combinar tecnologia com flores e doces. A história é maravilhosa. Está muito bem documentada em What the Dormouse Said, de John Markoff (Penguin, 2005). Imagina só a seguinte cena:

O cara sobe meio doidão a viela arborizada que dá num dos laboratórios escondidos da faculdade. É tarde de sábado e tudo está muito quieto. Foi parar ali sem motivo, de bobeira. De bobeira entra pela primeira porta aberta que acha. Vê um barbudo de olhos esbugalhados na frente de uma tela. O cara movimenta uma peça esquisita pelo tampo da mesa. Parece um rato amarrado na máquina. É de madeira e metal. Cada movimento parece fazer um quadradinho se mover na tela. O cara meio doidão se senta ao lado do barbudo. Que viagem, bro!

A cena acima ocorreu no final dos anos 1960. Dez anos depois, Jobs viu a mesma coisa numa visita à Xerox. O resto é história.

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* s. 1. vale tudo ou por todos, curinga, wild card 2. a simplificação da flor.